Por: Epoca | Data: 29/05/2019 21:44
A corrida de rua teve seu primeiro boom no Brasil nos anos de 1980, quando, estimuladas pelo método do médico e preparador físico americano Keeneth Cooper, as pessoas calçavam um tênis, vestiam um short e uma camiseta e saíam para correr. Sem nenhuma orientação profissional, muitas se lesionaram, algumas gravemente. Hoje, a corrida vive novo momento de alta e é o esporte que mais cresce no país. A grande diferença entre as duas fases é o trabalho dos profissionais de Educação Física, que comemoram em 2018 os 20 anos da regulamentação da profissão vendo a busca pelo bem-estar e pelo desempenho crescer com orientação e responsabilidade.
Ocorrida em setembro de 1998, a regulamentação da profissão promoveu um salto na qualidade e na segurança não apenas da corrida de rua, mas de todas as atividades físicas e esportivas.
“Essa data é um marco para a sociedade brasileira”, afirma Jorge Steinhilber, presidente do Conselho Federal de Educação Física (Confef). “Antes, qualquer um se dizia capaz de treinar alguém. Mas isso significava um sério risco à saúde da população. Lutamos muito para acabar com essa mentalidade e mostrar que, somente com a regulamentação da nossa profissão, teríamos profissionais capacitados para realmente trazer benefícios à sociedade, com segurança e responsabilidade. "O primeiro ponto dessa vitória foi a nossa identidade”.
Um reconhecimento justo e necessário, lembra Lars Grael, medalhista olímpico e ex-secretário nacional do Esporte, em 2001 e 2002.“A regulamentação da profissão trouxe segurança jurídica, reconhecimento institucional a uma profissão que já existia por mérito e formação acadêmica”, afirma. “A profissão ganhou dimensão nacional, com vários profissionais se destacando e dando notoriedade à profissão”.
Segundo o professor Sérgio Sartori, que tem mais de 35 anos de profissão, a Educação Física sofria forte preconceito antes da regulamentação e, agora, é um pilar importante para a prevenção dos problemas de saúde da população. “A mudança de patamar do profissional de Educação Física fez com que as pessoas entendessem o nosso papel na sociedade. A importância que nosso trabalho tem para a saúde da população”, diz o professor da Educação Básica.
Graças a esse novo olhar sobre o trabalho deste profissional, hoje o conceito de bem-estar vai muito além do culto ao corpo. O reconhecimento do trabalho se traduziu em ganhos à saúde pública. Sartori alerta que o maior desafio da sociedade
atualmente é enfrentar as doenças provenientes da falta de atividade física:
“O sedentarismo é a doença do século. O profissional de Educação Física tem um papel importantíssimo de conscientização e propagação de conceitos e práticas. Isso começa com as crianças, no combate à obesidade infantil, e vai até os idosos. Sempre com o objetivo de prevenir doenças e promover bem-estar”.